Sine qua non
Não precisava ser inteiro,
Não podia ser só metade
Eu conhecia essa fração de segundos
Que separa o eco da verdade;
A frase ficou manchada
Pelo filete de sangue das palavras.
E agora o que eu faço
Se não cicatriza essa agonia?
Mato o verbo que conjuga
Amor aos pedaços?
Ou abro o mar mais uma vez?
Guardo a amargura embolorada
Como presente cordial,
Restos do seu capricho
Um pouco ou nada original.
Em que vale verde guardou os risos
As lembranças tolas?
O castiçal sobre a mesa
Queima e arde os meus olhos,
A promessa das primeiras lágrimas
Não durarão mais que um verão.
Chuvas fininhas não serão
Já que não apagam
As rachaduras deste chão.