Sine qua non

Não precisava ser inteiro,

Não podia ser só metade

Eu conhecia essa fração de segundos

Que separa o eco da verdade;

A frase ficou manchada

Pelo filete de sangue das palavras.

E agora o que eu faço

Se não cicatriza essa agonia?

Mato o verbo que conjuga

Amor aos pedaços?

Ou abro o mar mais uma vez?

Guardo a amargura embolorada

Como presente cordial,

Restos do seu capricho

Um pouco ou nada original.

Em que vale verde guardou os risos

As lembranças tolas?

O castiçal sobre a mesa

Queima e arde os meus olhos,

A promessa das primeiras lágrimas

Não durarão mais que um verão.

Chuvas fininhas não serão

Já que não apagam

As rachaduras deste chão.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 29/10/2007
Código do texto: T714204
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