tempo

qualquer alegoria elíptica

é insuficiente para desenhá-lo

giros

órbitas

rugas

ponteiros

temporargênteas

uma foto 3×4

migalhas

me inundo da fuligem que entra pela janela

é frio

e me detenho

já que não posso detê-lo

tempo

essa fera

que me mastiga

e rói

até os ossos

*Poema publicado na revista Ruído Manifesto.

dezembro/2020