NO VARAL...

No varal do tempo

Páginas da minha vida

Estão penduradas

A formar bandeirolas

Em volta de mim...

Que como histórias de cordéis,

Agrada ou desagrada

A quem lê!

Compilo essas páginas

Então um livro nasce.

Quando folheio esse livro

Percebo que muitas folhas

Contém espaços em branco...

Esses espaços são lapsos

De uma memória corrompida

Que no decorrer da vida

Vírus a infectaram

Fazendo as alegrias

Serem utópicas fases

Do passado, dessa minha vida...

Esse livro meu

Hoje encadernado,

Na estante é colocado

E ficará empoeirado.

Pois nem mesmo eu

Tenho prazer em manuseá-lo.

Ficará lá, esquecido... ou talvez,

Quem sabe um dia

Meus filhos queiram lê-lo

E venham a gostar, ou não.

Deixarão na estante, ou jogarão fora?

Alguma coisa assim, farão.

Não importa

Estarei morto, então...

Se entenderem o que

Escrito lá está

Terei deixado um belo legado.

Se não entenderem o dito,

Será melhor que as traças

O tenham comido.

PEREZ SEREZEIRO

jrpmserezeiro@gmail.com Londrina

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 30/12/2020
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