NO VARAL...
No varal do tempo
Páginas da minha vida
Estão penduradas
A formar bandeirolas
Em volta de mim...
Que como histórias de cordéis,
Agrada ou desagrada
A quem lê!
Compilo essas páginas
Então um livro nasce.
Quando folheio esse livro
Percebo que muitas folhas
Contém espaços em branco...
Esses espaços são lapsos
De uma memória corrompida
Que no decorrer da vida
Vírus a infectaram
Fazendo as alegrias
Serem utópicas fases
Do passado, dessa minha vida...
Esse livro meu
Hoje encadernado,
Na estante é colocado
E ficará empoeirado.
Pois nem mesmo eu
Tenho prazer em manuseá-lo.
Ficará lá, esquecido... ou talvez,
Quem sabe um dia
Meus filhos queiram lê-lo
E venham a gostar, ou não.
Deixarão na estante, ou jogarão fora?
Alguma coisa assim, farão.
Não importa
Estarei morto, então...
Se entenderem o que
Escrito lá está
Terei deixado um belo legado.
Se não entenderem o dito,
Será melhor que as traças
O tenham comido.
PEREZ SEREZEIRO
jrpmserezeiro@gmail.com Londrina