ONÍRICAS EQUAÇÕES

Alguma aritmética

deve existir

para somar as parcelas

diuturnas de esperanças

e desprezar refratários receios.

Há de estar em líquidas precipitações

que desembaçam as vidraças da espera

para trazerem os arautos dos orvalhos

numa alvissareira manhã.

Ou na relva

denunciando o frescor

que as narinas do coração

não conseguiram ainda absorver.

Talvez laços de sol

apertados

ansiosos pelos raios que o partam.

Ou a brisa amena

com secretos desejos

de ser furacão.

Haverá sim,

de surgir tal aritmética,

disposta a resolver

e revolver

as equações

no termo,

de um elemento

que não se cansa de sonhar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 04/01/2021
Código do texto: T7152025
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