Bipolar
Não sou único, sou diversos.
Escrevo em prosa, faço versos,
sou vírus e também remédio.
Faço rir pra espantar o tédio,
quero a vida e falo da morte.
Sou azar e arauto da sorte,
espinho e lírio no jardim.
Quantos eus hão de estar em mim?
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N. do A. – Na ilustração, Esquina da Liberdade Bipolar de Leonid Afremov (Bielorússia, 1955).