A Sinceridade do Mar

Ao avistar

a si mesma

nas águas

do mar,

pela primeira vez,

se enxergou,

e não gostou

do que viu.

O mar é sincero:

mesmo ondulante,

não titubeia em dizer

o que pensa e sente.

A moça, apesar de acolher

demasiada beleza

em seus traços

delicados,

em seu peito,

um coração

deveras medonho

bate, e bate sem saber

o porquê do seu ofício.

A ânsia por conhecer

a praia que tantos amavam,

converteu-se em horror

por vislumbrar o teor

do seu ser desalmado.

Jeane Tertuliano
Enviado por Jeane Tertuliano em 09/01/2021
Código do texto: T7155535
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