NEM SEMPRE SE SONHA QUANDO SE DORME

Era uma linha íngreme

Entre cansaço e a vontade de dormir

Uma moleza, uma preguiça chata

Incontrolavelmente os olhos se fecharam

Os sons de construção e a música

Se esvaíram

E passou horas em uma espécie de limbo

Sem sonhos nem pesadelos

Só uma vontade sufocada de acordar

Eis uma verdade:

Nem sempre se sonha quando se dorme.

E ele acordou assustado

E ofegante,

Desesperado por sonhos bons

Ou pelo menos um mau sonho

Mas nada daquele perder-se

Escuro e insosso.