COMO ASSIM???

A violência interrompeu o canto

Instaurou o pranto em corações amigos

Uma existência repleta de vida

Pra sempre banida do nosso meio

Saiu de cena no primeiro ato

Pelo simples fato do "não ter" alheio

Planos, metas, ideais

Não importam mais

Até quando pagaremos a dívida

Pelo Sistema instituída?

Como gerar filhos, sonhos, projetos

Se a força do projétil tem maior poder?

O estampido da barbárie ecoa

O caos cala toda alegria

Silêncio, dor, ausência...

Triste momento até para a poesia

26 - 06 - 07

"Para minha grande amiga Patrícia Carla, mais uma vítima da violência urbana."

José Abbade, in BAGAGEM DE MÃO - poesia em verso e prosa,

Editora CEPA, Salvador, 2007