LUSCO-FUSCO
LUSCO-FUSCO
Lusco-fusco
no aroma do orvalho.
Lusco-fusco pelos galhos
das tralhas
que carregamos pelas costas.
Lusco-fusco de cada dia
que se aproxima numa lasca
de gente que sou.
Lusco-fusco que nos abrange
o mínimo de nós.
Lusco-fusco
no aroma das árvores
ressuscitadas de vida.
Na casca de trigo
a esperança de um amigo.
Lusco-fusco traga-nos
um dia pelo preço de cada mês.
Lusco-fusco da rotina de toda vez.
FERNANDO MEDEIROS
Campinas, é primavera de 2007.