Retalharrima
O concreto intimida
a lascívia folha te convida
e o devano tempo arrasta
Onde anda tua aurora?
As plantas desafiam
os olhos ardem secos
as mãos congelam na sala
O que perguntar agora?
Nada de beleza
talvez o cru anime
o verso feito de espinho
a falsa cor no cabelo
olhar pintado no espelho
o cheiro de gasolina
Onde esperar pela vida?
As doses de abstrato
desatam nós profanos.
As doses de absurdo
me fazem descer ao paraíso
O que fazer com as letras?
Entre dor, claridade, suicídio...
Só o passado ainda incomoda
Só o sentindo ainda alucina