Retalharrima

O concreto intimida

a lascívia folha te convida

e o devano tempo arrasta

Onde anda tua aurora?

As plantas desafiam

os olhos ardem secos

as mãos congelam na sala

O que perguntar agora?

Nada de beleza

talvez o cru anime

o verso feito de espinho

a falsa cor no cabelo

olhar pintado no espelho

o cheiro de gasolina

Onde esperar pela vida?

As doses de abstrato

desatam nós profanos.

As doses de absurdo

me fazem descer ao paraíso

O que fazer com as letras?

Entre dor, claridade, suicídio...

Só o passado ainda incomoda

Só o sentindo ainda alucina

Laís Romero
Enviado por Laís Romero em 30/10/2007
Código do texto: T716605