QUEIMADA

Salvo, ainda, da extinção,

Passeio sobre meus incêndios apagados.

Curvo o tronco - as mãos em concha -

Sobre o córrego dos pequenos beijos

E vivencio o meu destino selado.

Nômade no sentimento

E aos desejos pertencido,

Não construí casa onde abrigar um único amor.

Vivo da simbologia de cada vale promissor,

Montanha afastada, ilha distante,

Da centelha do instante.

Assim, acumulo a repetida - e sutil - afirmação

No que me dizes sempre, de cada ponto firme

Que tocas do Vasto Oceano:

- Poderíamos ter sido tão felizes!

Nelson Oliveira
Enviado por Nelson Oliveira em 14/11/2005
Código do texto: T71664