QUANDO

Quando o dia clarear,

Aguentarei a luz?

Quando o som cortar a bruma,

Carregarei o que fiz e pus?

Meus braços fracos

Caem em verticais paredes,

Limitam acolher e receber,

Enterram no mar as redes.

Que lá apodrecerão.

Que lá apodrecerão.

Sem alimento, o corpo, também rede,

Deixará em si o tempo coar

A dor, a cor , o calor do fogo que arrasa

De cada sonho a asa.

O voar livre e solto

Será um sonho solto no vivido,

No ontem cosido em ponto cheio,

Na vala cavada no concreto,

No planar que carrega em seus braços

O ardido do desastre.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 26/01/2021
Reeditado em 23/03/2021
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