UM POEMA AOS POVOS DA TERRA

UM POEMA AOS POVOS DA TERRA

Manoel Belarmino

Os povos da terra sempre

Na história da humanidade

Nunca conseguiram nada

Que fossem com facilidade

Pois tiveram que lutar

Contra a ganância e a vaidade.

Tiveram que construir

No seu pedaço de chão

O seu próprio território

E se formar em nação

Construindo seus valores

Com fé e organização.

Resistir no território.

Eis aí da luta o valor

De um povo de resistência,

Nosso povo lutador,

Nos quilombos, nos terreiros,

Na reza, dança e tambor.

Indígenas e quilombolas,

Ribeirinhos, pescadores...

Caatingueiros, tantos outros,

De luta, são lutadores,

Constroem em comunidades

Sua cultura e seus valores.

Porém o modelo agrícola

Que foi imposto pelo Estado

Das cercas e da grilagem

Do tomar tudo forçado

Que desmatou a caatinga

No trator e no machado.

Temos que manter a luta

E na terra resistir

Conquistar o território

E a vida reconstruir

Com a cultura e os valores

Nos mantemos no existir.

E quantas comunidades

Não foram aqui destruídas

Pela ganância de poucos

Nestas terras ressequidas?

Antes era um paraíso,

Diversidade de vidas.

Mas nos tempos atuais

A terra tá ressequida.

Tudo aqui vira deserto;

Nossa terra tá sem vida.

A ganância só ver dinheiro

E deixa a terra destruída.

Territórios são dos povos,

Dos povos de resistências

Que ao longo das suas histórias

Construíram nas vivências,

As histórias, as memórias,

A cultura e as consciências.

Manoel Belarmino dos Santos
Enviado por Manoel Belarmino dos Santos em 28/01/2021
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