A VIDA QUE NÃO SE VIVIA
Ela vivia de desculpas e reclamações.
Desculpas, reclamações e vitimismo.
Botando pressão em quem não merecia
Fazendo desabafos com quem nem lidar com si conseguia
Sabia que precisava mudar,
Tentava de tudo pra agradar
Mas quanto mais se entregava,
Mais sincera ficava,
Tanto se doava
E mais se afastava.
Tipo maldição, tudo que tocava, estragava.
Então a raiva vinha
E quanto mais ódio sentia
Mais se auto depreciava,
Mais se machucava
Mais doente ficava
E, sem poder comer, a olhos vistos definhava.
Constantemente se perguntava porque agia assim,
Porque se destruía,
Porque amigos não tinha
Porque se auto sabotava
E tudo com que se importava,
Tudo que a duras penas conquistava,
Num estalar de dedos fora botava.
A resposta, obviamente tava ali se esfregando na sua cara:
Mudança!
De atitude, personalidade, até ações.
Sair de sua zona de conforto e se permitir interações
Ou fingir que tudo vai bem,
Porque no fim das contas quem se importava?
Se já estava morta e nada mudava,
Pra que complicar, se quanto mais alto falava, mais o mundo calava?
Disposta a virar o jogo
E não alimentar mais o fogo,
Deixou o desconforto lhe dominar
E fez o melhor que podia,
Com as armas que tinha.
Botou a melhor máscara que achou,
A melhor dissimulação que encontrou,
E decidida a agir
Saiu plena, a fingir.
Ah, e só pra encerrar a conversa,
Seguiu viva e exitante
Porém com um sorriso sarcástico
Que vai lhe levando adiante.
02/02/21