BAMBINA
Eu fechei os olhos
e o paraíso me abraçou
com a voz mansa dos ventos
e a ternura das nuvens.
Dei-lhe um nome italiano
porque contava a lenda
que as crianças moravam no céu.
E o paraíso, assim,
se chamava: bambina.
Quando abri os olhos novamente
eu descobri que estava
inocentemente, amando...
porque, ah, Fernando:
amar é a única inocência
e eu era criança também.
E quem sabe ao longe
o paraíso ainda esteja gritando o meu nome
com os braços estendidos
e os olhos cheios de perdão,
amando também
sem que saiba por que
um abraço, às vezes,
é tão profundo.