O pingo da torneira

O peso da gesticulação da língua

sufoca minhas ideias

Ainda pequenininhas.

Saudades de quando ninguém

me questionava na minha cabeça.

Hoje, antes que se aconteça, a

Ideia é baleada dentro do banheiro

Quando, ainda de toalha, tava indo

pentear o cabelo

Eu acordo suando, espremendo os dedos

Contra os enganos do escuro;

Teu olho rotundo ameniza minha boca

E eu tenho um segundo para me convencer:

Não morra, não morra,

Não morra...

Nia Ferreira
Enviado por Nia Ferreira em 03/02/2021
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