A VOZ QUE VEM DE LONGE.
É preciso abrir
os olhos,
os que tens e os
que ainda terás,
a paz vale mais
que a guerra.
É preciso correr
com as pernas
que tens, e se não
der, use as pernas
dos outros,
urge difundir
a paz,
corte braços
e mãos,
isso, as suas,os seus,
se ambos não prestam
para servir,
ouça a voz que vem
de longe...
Se precisar,
arranque os olhos,
os seus olhos
se eles só te mostre
as trevas,
de que vale um pássaro
na mata se não
for para cantar
e anular a solidão
dos que lá habitam,
pegue água com
as conchas das mãos
e jogue no inferno
que queima a paz
do outro,
e a sua também.
Seja o oleiro
que faz com o barro
o encanto de uma sala
de jantar,
dessa ribanceiras
com os pés descalços
para sentir a ador
dos que se encontram
em abismos,
não há como enaltecer
o doce,
sem provar o fel.
Faça ao próximo
o que fazem as flores
nos jardins,
se invente entre
os açoites,
a vida é um prato
frio e mal temperado,
mas é preciso comer
porque se tem fome.
Dê ao mundo
a sua essência,
e que seja ela, á das estrelas,
ou a de um navio
que desponta
em alto mar,
nesta trajetória
se esforce
para ser cada vez mais
útil,
do que vale um fruto
podre ,senão para
deplorar a extensão
do pomar,
seja águia,
tenha olhos de águia,
para enxergar
o que o mundo não vê,
no fim terás o prazer
de sentir,
que ajudar o outro
a carregar o fardo,
torna sua alma leve,
como uma pluma
que desprendeu de
tão alta copa,
e caí levemente,
como se carregasse
a paz.