JANELAS DA NOITE.

Tarde noite de chuvisqueiros

um molhar de travesseiros

reverberam minhas saudades

que escorrem pelo meus dedos

disfarçados nos meus cantos

e nos meus arremedos.

Abrem-se a janela da noite

sua teias me envolvem

são saudades, seus açoites

suas marcas na cama

seu perfume ainda inalante

arranhar em minha pele

coisas que eu supunha

marcas das suas unhas.

Meu violão mudo

as cordas choram

cantigas não mais

sua voz calada

não mais cantigas em duetos

um eco de solidão

não mais o impudico

carências

nossas vontades

quiçá, abraços

nos seus braços.