Carnavalessência

lá vai o poeta

com cara de enterro

catando confetes

pelas alamedas

o mesmo poeta

vestido de sapo

escondeu o umbigo

e chorou labaredas

semana passada

em versos soturnos

mas hoje, ele pode

o tal da pobreza

da fome

lapada nas costas

suor e sangue

cuspiu duas doses

mudou de nome

por hora é R i s o n h o

estandarte oco

de gente sem sonho

mas nada importa

é só carnaval

o poeta pintado

espuma alegria

pelos quatros cantos

e no último ato

do quarto dia

quando as cinzas

caírem em si

r e n a s c e o poeta

lembrando tristonho

"O melhor da fantasia

é fingir".

Lis F Nogueira
Enviado por Lis F Nogueira em 15/02/2021
Código do texto: T7184987
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