Oh! Falsa Morte

mais uma vez, suave amigo

ouso falar diante de voz

que meu fardo é grande demais

e vaga fortalecendo-se errante

por caminhos antes verdes

de tão sombrios que ficaram

tornaram-se mais breus que a trevas

neste amargo instante

a cora da solidão me espeta

e já doído meu peito está

de futuras saudades que me maltratam

morreu o poeta, nasceu o homem rústico

se presume que todo artista seja eterno

e mesmo que sua Obra seja esquecida

ainda assim, presume-se eterna sua Obra

estranha, imortal, singular

quem sou eu, falso escritor de poesias

a morte que chega e foge

dança à minha frente sorrindo

elege-se a rainha do Sol

enquanto a Noite faz-me travesseiro

foge e chega morte que me consome

vai-te daqui, para os confins de quem não me quis

clarear-se com meu brilho solar

enquanto minha alma, rediviva

engrandece-se das experiencias adquiridas

foge morte inexistes

tu não existes, oh! morte falsa

que um dia me seduziu

mostrando as maravilhas do solo

agora, desperto e acordado falo-te

aos pés de teu ouvido

suma daqui falsa ideia de derrota

a morte, insistente que é

chorou amargamente a sua perda

florins apertadas na cintura

mostram sua fraqueza triste

que, para os incautos é foice

de verdade, é apenas pétala triste

pedaço de uma flor que um dia sorriu

ah! morte, um dia te achei bela

hoje, compreendo-te como fuga

pois a vida insiste em vencer-te

a cada instante da eternidade

afugenta-te daqui fracasso mortal

associe-se com quem lhe dê abrigo

seja sua prisão e sua condenação

por levar almas ingênuas ao suicídio

Leandro Sarno
Enviado por Leandro Sarno em 16/02/2021
Código do texto: T7185798
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