DERRADEIRO SUSPIRO.
Dependura-se
a tarde numa
folha de palmeira,
se esvai robusto
dia,
se entregando sua
força,
um vento
corta então
a minha imaginação.
Daqui desta portinhola,
pego papel e caneta,
antes de tudo
dou uma olhada,
para ficar registrada,
a minha percepção,
a tarde é uma prova
que o dia vai findar,
esses versos
me acusam,
de velho bisbilhoteiro,
que de janeiro a janeiro,
sem ter mais o que fazer,
pega papel e caneta,
e satisfaz sua alma,
registra na poesia,
que as tardes anunciam
os derradeiros suspiros,
das bocas dos longos
dias.