NAS MÃOS DO VENTO.
Ecoa em mim
o olhar da minha mãe,
quando o sol
arrematava a tarde,
ela vinha
passo a passo,
varrendo as folhas
vitimas do outono.
ela me olhava,
menino, arreda o pé,
menino de pé varrido
não casa.
E seu sorriso fazia
renascer a tarde,
o terreiro era longo,
a poeira subia ao céu,
eu ia além
colhia sua poesia,
sem saber que escrevia
na alma,
toda aquela obra.
Minha mãe
está viva, saudável,
seu olhar
refletem margaridas,
seus passos estão vivos
e sempre
me faz menino,
o terreiro acabou,
o tempo transforma
tudo,
as folhas caem,
e hoje,
a vassoura que varrem
estão nas mãos
do vento.