NAS MÃOS DO VENTO.

Ecoa em mim

o olhar da minha mãe,

quando o sol

arrematava a tarde,

ela vinha

passo a passo,

varrendo as folhas

vitimas do outono.

ela me olhava,

menino, arreda o pé,

menino de pé varrido

não casa.

E seu sorriso fazia

renascer a tarde,

o terreiro era longo,

a poeira subia ao céu,

eu ia além

colhia sua poesia,

sem saber que escrevia

na alma,

toda aquela obra.

Minha mãe

está viva, saudável,

seu olhar

refletem margaridas,

seus passos estão vivos

e sempre

me faz menino,

o terreiro acabou,

o tempo transforma

tudo,

as folhas caem,

e hoje,

a vassoura que varrem

estão nas mãos

do vento.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 22/02/2021
Código do texto: T7190699
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