Abreviar o infinito
O infinito espera
numa espiral de medos
que urge empurrar
para outro lugar
para nunca desejar
chorar ou desejar
nem sequer ter nascido
o finito abandona
tarde e a horas desesperadas
sem que o adeus contemple
realizar desejos
de respirar ou apenas mostrar
um pouco de complacência
E as luzes abreviam
a eterna injustiça
sem que nos acometamos
de acordo com o arrependimento
que transformamos
em doses ressabiadas de abandono
da dignidade e da integridade
essas pequenas vitórias
que são mera ilusão
quando se perde a vergonha
E todos podemos ver
que mais nada importa
que poder respirar
respeitar e depois as regras
deixarão de ser tortura
ou sonhos complacentes
apenas a vida normal
longe dos costumeiros rebanhos
trabalhos tamanhos
que a velocidade da vida
transforma em memórias
que são o sentido da vida
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