Abreviar o infinito

O infinito espera

numa espiral de medos

que urge empurrar

para outro lugar

para nunca desejar

chorar ou desejar

nem sequer ter nascido

o finito abandona

tarde e a horas desesperadas

sem que o adeus contemple

realizar desejos

de respirar ou apenas mostrar

um pouco de complacência

E as luzes abreviam

a eterna injustiça

sem que nos acometamos

de acordo com o arrependimento

que transformamos

em doses ressabiadas de abandono

da dignidade e da integridade

essas pequenas vitórias

que são mera ilusão

quando se perde a vergonha

E todos podemos ver

que mais nada importa

que poder respirar

respeitar e depois as regras

deixarão de ser tortura

ou sonhos complacentes

apenas a vida normal

longe dos costumeiros rebanhos

trabalhos tamanhos

que a velocidade da vida

transforma em memórias

que são o sentido da vida

poema 8 de 36

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 26/02/2021
Código do texto: T7193791
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.