FESTA DO DIVINO

Herança de fé, pisada em chão colorido,

silencia dor de peito cansado de fúria.

É louvação às chagas do Cristo ferido,

pra longe da miséria que é nossa penúria.

Sob essas pedras que ja foram romarias,

o suor da prece tornou-se semente de cura.

Não sei se é festa ou pranto de vidas vazias,

o que retorna ex-voto dessa dolorosa procura.

Hoje pousa sobre o altar da fome, o vulto albino,

o Deus triste em forma de Pomba do Divino.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 26/02/2021
Código do texto: T7193950
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