FESTA DO DIVINO
Herança de fé, pisada em chão colorido,
silencia dor de peito cansado de fúria.
É louvação às chagas do Cristo ferido,
pra longe da miséria que é nossa penúria.
Sob essas pedras que ja foram romarias,
o suor da prece tornou-se semente de cura.
Não sei se é festa ou pranto de vidas vazias,
o que retorna ex-voto dessa dolorosa procura.
Hoje pousa sobre o altar da fome, o vulto albino,
o Deus triste em forma de Pomba do Divino.