Verso livre

Tenho feito versos a torto e a direito

Com mãos trêmulas e uma cabeça que enxameia

Incha e quase explode, se perde na própria teia

E os versos vão saindo assim:

Sem eira, sem beira, meio sem ter um porquê

Tem os que saem férteis, mal nascem e se subdividem, subvertem a ordem sem medo de perecer

Há os que que despontam acesos, queimam até arder

E os loucos então, o que dizer?

Não são poucos e espocam, estouram e me enganam só por prazer

Louvo-os por sua liberdade de ser

Já dos versos moucos eu falo pouco, deixemo-los gritar até nos ensurdecer

São tantos os versos, correm feito lebres

Gralham feito o corvo

Meu corpo não os consegue deter

E eles fogem pra longe, pra onde não consigo ver

Livres leves e soltos

São meus versos, longe ou perto continuam sendo meus

Alguns são breves, um ou outro torto

Outros tantos prolixos

Mas nada que se jogue no lixo

Muitos outros libertários

Que não se limitam a lugares e nem a cenários

São verdadeiros pássaros

Com asas e sabendo voar

Vão voando, flanando

Pelo simples prazer de voar

E eu fico aqui só observando, absorvido no meu versejar

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 28/02/2021
Reeditado em 17/04/2021
Código do texto: T7195379
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.