Ah, Fevereiro foi-se embora!...
Vejo a vida se alvoroçar lá fora.
Vejo o verde confuso nas penas do pássaro.
Boninas vermelhas bendizendo a luz.
Felicidade brilha no ar,
beliscando as árvores da praça retinta.
O que há em ti que me devora?
Ah, gamação!
Não há nada que lhe valha!
Nem o riso arguto do luto,
nem um poema prostituto movido a paixão!
Ó ninfas das águas!
Borbulhem odes do amor ao sol a pino!
Pingos de chuva deitem beijos furtivos
no colorido das calhas.
O dia vem,
as horas vão,
trompando com a dor que zingra do parto.
Aí de mim, fevereiro!
Aí de mim!...
Pare o instante
em que o sonho gora.