Ah, Fevereiro foi-se embora!...

Vejo a vida se alvoroçar lá fora.

Vejo o verde confuso nas penas do pássaro.

Boninas vermelhas bendizendo a luz.

Felicidade brilha no ar,

beliscando as árvores da praça retinta.

O que há em ti que me devora?

Ah, gamação!

Não há nada que lhe valha!

Nem o riso arguto do luto,

nem um poema prostituto movido a paixão!

Ó ninfas das águas!

Borbulhem odes do amor ao sol a pino!

Pingos de chuva deitem beijos furtivos

no colorido das calhas.

O dia vem,

as horas vão,

trompando com a dor que zingra do parto.

Aí de mim, fevereiro!

Aí de mim!...

Pare o instante

em que o sonho gora.

Tinahh
Enviado por Tinahh em 02/03/2021
Reeditado em 02/03/2021
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