Apenas o amor
apenas o silêncio perdura
enquanto o corpo desfalece
numa aventura de sonhos
dentro de um cubo imperfeito
onde o azar desdenha
a ternura escasseia
apesar da consciência
dos modos perfeitos
que apenas mexem
a vontade pelo inverso
da morte certa dos neurónios
apenas os sustos
os ares que amanhecem
a alma que partiu
um corpo sem prece
talvez fizesse sentido
ouvir as vozes do medo
seguir cabisbaixo pelo nada
o seguro que sempre muda
pelo bem de quem pode
iludindo quem o quer
apenas as palavras
a suave melodia que encanta
os modos que se desejam
a união que nunca se perca
o amor que sempre prevaleça
poema 17 de 36