Poema em dó (de mim).
Eu vivo diante de um monstro
que não tem tamanho,
não tem tamancos,
e aos solavancos
eu o monto.
Eu vivo a mando de quem
não me ama,
queimando o que
não inflama,
catando cavacos de quem
já partiu.
Eu durmo defronte do que
me afronta,
eu corro meus olhos quando
a vida aponta,
e viro os olhinhos pra dentro
de mim.
E assim,
das portas que me ofereces,
escolho nenhuma;
faço coro sem regente,
e erro as notas.
Tanto,
que por muito não me notas,
porque sempre quando eu,
de cima de si,
Bemol.
E por mais um dia,
acordo diminuto.