PUSILANIMIDADE

No meu sonho

habitas vestida de madrugada

com o véu de um silêncio,

a espreitar-me,

no conluio do tempo com a minha inércia.

Esperas calma,

observando-me calculadamente

numa torcida fática

pelo despertar da alma,

enquanto o corpo debruça-se em devaneios.

Eu durmo

o sono dos hesitantes,

entrego ao sonhar

a tarefa de ser melhor do que o meu despertar,

ou do que aquele que desperta.

Ela ainda está lá.

Com uma paciência infinita,

contando estrelas inquietas

no teto do universo,

a espera

de algo que a faça parar

ou que me faça parar

apenas de sonhar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 15/03/2021
Código do texto: T7207798
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