Se Voltares

(Maria Helena Castro)

Como o sândalo humilde que perfuma

o ferro do machado que lhe corta;

Hei de ter a minha alma sempre morta,

mas não me vingarei de coisa alguma;

Se algum dia perdida pela bruma,

resolveres bater a minha porta;

Ao invés da humilhação que desconforta,

terás um leito sobre um chão de brumas;

Em troca dos desgostos que me deste,

mais carinho terás do que tiveste;

Meus beijos serão multiplicados,

para os que voltam pelo amor vencidos;

A vingança maior dos ofendidos

é saber abraçar os humilhados.

LHMignone e Maria Helena Castro
Enviado por LHMignone em 16/03/2021
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