BIOLOGICAMENTE MALIGNO

Foi no silêncio do tempo

Que ouvi o barulho do medo

Em meio ao enredo

Do que parecia irreal

E viver este tempo nu e surreal,

Me deu calafrio!

Foi na dor alheia que morri

E nas tristezas de outrem

Eu me feri,

E o que era pra ser sorriso,

Não pôde sorrir;

Chorei as lágrimas de muitos...

Vi olhos azuis, sangrando,

Olhos verdes, pálidos,

Olhos negros, vermelhidão.

Solidão em desespero.

Vou "adormecer" meu olhar

Pra que num límpido amanhã

Eu possa me acordar

E ver teu sorriso,

Que hoje se perdeu.

Guerra biológica

Onde a lógica

É esconder-se.

Biologicamente maligno

E se há um resultado digno,

Seria deixá-lo morrer

Agonizando sem um espaço

No fracasso,

Sem portador.

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 20/03/2021
Reeditado em 21/03/2021
Código do texto: T7211686
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