PALAVRAS-PÁSSAROS
Eu penso palavras, peno!
Eu penso palavras-penas.
Umas são sons do meu próprio veneno.
Outras são aladas e plenas.
Eu penso palavras, vãos.
Eu penso, palavras vão!
Umas me transportam pelos recônditos da memória,
das histórias que ja fui.
Outras, vaga-lumes, apagam e acendem
iluminando as estradas que percorrem.
Cintilando histórias contadas e carregadas
por lábios que as discorrem.
Eu penso, palavras sábias!
Eu penso palavras-sabiás.
Umas escuto e me cabem como luva ou, um verso perfeito.
Outras, brotam como Sol preciso em dias cinza de chuva no peito.
E outras ainda, com movimento e melodia,
pousam nos galhos da alma,
passeiam entre as flores da fala
e arribam acendendo o dia.
DV
03/21
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