Hoje a saudade me abraçou

É que eu sou de uma época

Que contava estrelas no céu

Onde o cheirinho de terra molhada

Era a alegria estampada no olhar

Que correr atrás de vagalume

Fechar o guarda chuva de propósito

Apertar às campainhas

Subir no pé de fruta

Sentar na beira do fogão a lenha

Era a maior riqueza do mundo

Que andar descalço não dava nenhum resfriado

No máximo bichinho de pé, oh coceira boa

Não tinha essa de marcar horário de ir para rua

A gente ia e todos estavam lá

Ah, se a gente soubesse que aquele dia seria a última brincadeira de infância

A gente teria pelo menos dado um adeus

Três beijinhos no rosto e um abraço de urso tipo quebra ossos

Ah, se a gente soubesse...

Bater o dedinho no móvel dói

Ralar os joelhos no chão dói

Cair da bicicleta dói

Mas, quanto dói uma saudade?

Poema autoria #Andrea_Domingues ©️

Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues

Andrea Domingues
Enviado por Andrea Domingues em 27/03/2021
Código do texto: T7216872
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