Sobrado.
Faz um tempinho já,
mas quando ouço seu nome,
me arrepio,
daquela forma ruim,
que você bem sabe.
Ainda mantenho seu travesseiro,
e o abraço.
Durmo apegado ao resto do seu cheiro,
partido, findado,
sobrado.
Mantenho sua xícara, e me derramo nela,
bebo nos cantos em que bebeste,
uma roupa qualquer encontro,
íntima, de mim,
e eu não, de você.
Meu tênis pisa em sua sandália,
e você, em mim.
No estado em que estou,
você emigra.
No mundo em que vivo,
você impera.
Na tristeza em que me mastigo
Você cospe. E eu engulo
o choro.