Sobrado.

Faz um tempinho já,

mas quando ouço seu nome,

me arrepio,

daquela forma ruim,

que você bem sabe.

Ainda mantenho seu travesseiro,

e o abraço.

Durmo apegado ao resto do seu cheiro,

partido, findado,

sobrado.

Mantenho sua xícara, e me derramo nela,

bebo nos cantos em que bebeste,

uma roupa qualquer encontro,

íntima, de mim,

e eu não, de você.

Meu tênis pisa em sua sandália,

e você, em mim.

No estado em que estou,

você emigra.

No mundo em que vivo,

você impera.

Na tristeza em que me mastigo

Você cospe. E eu engulo

o choro.

Gustavo Alvaro
Enviado por Gustavo Alvaro em 28/03/2021
Código do texto: T7217659
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