Balada da confissão ao vento

Ouça ó vento este meu canto

desafinado, eu lhe confesso!

Mas nesse canto lhe adianto:

a lua tem o rabo preso

com a razão deste meu pranto!...

Nas noites, quando estou a sonhar,

estrelas estendem o manto,

enquanto me ponho a rezar...

Mas se isso lhe causar espanto,

que seja um segredo, eu lhe peço,

pois, não quero pagar de santo,

há muito não lhe dou o meu apreço!

Se amordaçar este quebranto,

o que de mim irá restar?

Se com profundo desencanto,

não ter força para rezar...

Se não te convencer meu pranto

migalhas de atenção eu lhe peço,

que neste cais velho de espanto

ainda confuso me despeço!

Se me ver triste pelos cantos,

por favor venha me assoprar

em brisas de espírito-santo:

dar emoção pro meu rezar...

Então termino este meu canto,

com toda esperança no olhar

de ver no céu mais novo encanto;

coração que se põe a rezar...

Joselito de Souza Bertoglio

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 28/03/2021
Código do texto: T7217796
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