Os ventos de Porto Alegre

Quando em suas ruas andei

pela primeira vez,

fui tomado de um sentimento estranho.

Uma alegria de parentesco,

ares de coisa conhecida.

Vi a Lagoa dos Patos e seu charme,

vi os céus abertos e azuis,

cevei o amargo,

ouvi a gaita encantadora.

Vi até a casa do Teixeirinha que tanto

ouvi em minha meninice.

Mas ainda não era isso.

Havia os ventos...

Até que entendi: era Mário Quintana

que andava comigo, soprando, soprando...

A me mostrar as coisas que, em vão,

tentou levar pro céu.

José Carlos Freire
Enviado por José Carlos Freire em 29/03/2021
Código do texto: T7219038
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.