Lágrimas Poéticas
Lágrimas Poéticas
Angélica T. Almstadter
Guarde os alfinetes na língua,
A pintura não requer retoques.
É preciso que você saiba;
Longe dos seus pés
Meus passos vão ligeiros
Porque afiados são meus verbos
Onde minha língua encontra na saudade,
Uma solidão de reversos.
Toda prosa nasce molhada;
Seja de rubros sorrisos,
Seja de lágrimas poéticas.
Distante dos seus olhares
A vida sucumbe rapidamente
Em cada linha composta,
Como as palavras mastigadas
Nos fins de tarde.
A dor que não cessa de doer
É adubo, é ação eficaz,
Também é combustível fatal
Queimando até os ossos,
O afeto de nunca saber
Do amor a razão.