ABRO A PORTA

ABRO A PORTA

Abro a porta

Entro na rua

De domínio público

Mas está sem público

De repente alguém

Que me ultrapassa

Sem deixar impressão

Onde irá sem sol

Talvez como eu

Para o mundo da lua

Algo está fora de ordem

Falta uma desordem

Passo a passo passam outros

Zumbis sem nome

Vagando sem rumo

Nesta roleta viciada em mortes

O escurão começa a clarear

Tudo segue inerte

Resolvo voltar à trincheira

Sem eira nem beira

No corpo e na alma

A entropia me engole

Quem sabe um gole

Consiga me fazer pegar no tranco

E parar de sofrer solavancos

Deles ninguém precisa

Quer-se apenas luz verde

Adoraria ver-te

Mesmo na impossibilidade de estrelas

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/04/2021
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