SOU FEITA DE VENDAVAIS
Sou feita de tempestade;
Ventilo entre sonho e realidade.
E quando me censuram por sentir demais,
Esbravejo que sou pura ambiguidade.
Sou o contraponto da autossuficiência.
Enxergo horizontes repleto de varais,
Mas não há sinais.
São só cantos da minha vivência.
Sou feita de desertos,
Onde horizontes ziguezagueiam incertos.
Furação nenhum apaga essa imensidade.
Que sempre queima minhas iniquidades.
Sou feita de vendavais,
Poucos atracam no meu cais...
Sou levada por ventanias, seguro utopias.
E para isso não há cercanias.
Sou feita de vendavais,
Poucos, poucos aterrissam no meu cais.