BORBOLETA AZUL.
Senta na pedra o pastor,
mãos cansadas na fronte,
não há ovelhas ao seu redor
O coração esta inquieto,
seu coração é extensão da dor,
seu rosto queima em chamas.
Na janela do tempo
Plana a borboleta azul
E nela seus olhos navegam.
Ele quer chorar
Os rios dos seus olhos secaram,
Restam as margens e o delírio.
Vem viver comigo amor,
Regar esse jardim seco
Onde não há margaridas.
More em mim
Como abelha numa rosa
a sugar-lhe o farto mel.
Faremos coisas possíveis
Tomaremos café juntos,
Nôs esbaldamos de nós.
Te darei um vestido da moda
e sandália igual os teus pés
Para que viva em mim o que és.
Te darei uma taça de vinho
Para blindarmos as tardes
enquanto o amor anuncia a noite.
Te darei uma flor
Para desentocar o sorriso,
e neste paraiso serei...
A tarde esvai lentamente
Junto o pastor devaneia,
Como a nuvem que desfaz.
O amor não vem
a dor em ondas fortes
Leva o pastor a morte...
Sangra a alma no espaço céu,
o pastor volita em sonhos,
de real, só a borboleta azul
que estrela minha janela.