O AMOR
O Amor
Tão Sutil e tão intenso
Irreal e tão imenso
Faz verdade a realidade
Fantasia o sentimento
Um encontro com a vida
Sendo que ela vive em nós
Um grito ecoa no mundo
E o mundo não ouve nossa voz
Uma busca por algo presente
O presente que do passado se fez
Chorar e rir constantemente
Sofrer e amar de uma vez
Querer possuir o abstrato
Querer afastar o real
Fazer da vida o sempre e o nunca
De um amor inocente e fatal
O Amor
Diz e desdiz a si mesmo
Ao mesmo tempo revela e cega
Por ele o mundo vive
Sem ele à vida renega
Esquecer algo que existe
E nasce no dia, na noite, no alvorecer
Ver no espelho a face do rancor
E nela a essência da face do amor
É tudo e de nada a explicação
Querer buscar a sanidade na loucura
Chorar e morrer a cada dia
E no final do dia descrever uma aventura
Buscar um caminho na escuridão
E ter a luz do amor no coração
Sabendo ser frágil como cristal
Mas desse cristal fará diamante
Ofuscando a visão do mundo
É fazer a eternidade de um instante
O Amor
Faz de cada vida
A essência de algo inexistente
Um sentimento avesso à razão
E pela razão se faz tão insistente
Querer mover as montanhas
Sendo que sempre estiveram no lugar
Buscar sempre a explicação pela dor
E querer a dor de sofrer por amar
Faz de si a verdade desse mundo
E revela ao mesmo dia a traição
Antes nos olhos, o amor sincero
Hoje nos lábios a decepção
Faz-se tão ingênuo e tão seguro
Faz-se tão criança e tão maduro
Que de tanto ser e não ser do amor
Cria e recria o enaltecer a dor
O Amor
É de tão louco, tão insistente
Que entra no coração e adormece na mente
E se faz parte de nosso corpo, de nossa vida
Cura da alma a mágoa sofrida
Traz o perdão e o receio de tentar
Mas o amor resiste e volta a lutar
Nascendo na alma sem poder morrer
E vive em nosso corpo até entardecer
Envelhece com nossa juventude
Faz mudar o rumo de nossa atitude
E no final do dia traz a luz da mocidade
Quando o corpo permanece febril na realidade
O amor permanece na alma pela eternidade...