"Estrela Carente"

Há milhões de kilômetros, longe de todos os sons, ela despenca...

Vem vindo cansada; já viu planetas nascendo, explosões nunca imaginadas, foguetes ao longe e galáxias que se criam do nada.

Exibe um derradeiro espetáculo de luz: uma cauda azul, que feito pincel, rabisca na tela negra, desenha no espaço, que agora é papel.

Sua sina é brilhar, ser olhada, porém, nunca tocada. Somente homens loucos lhe acariciaram, em seu delírios, em seu poemas na madrugada.

Cruza a vista de um casal que, em silêncio, lhe faz um pedido: é um amor que nasce, é uma estrela que parte...rumo ao infinito.