ETERNAMENTE
Hei de levar alvorada, doce manhã
Em meu sonho, meu pranto, eis sã
Destino de vida em campos, verdes ervas
Anseio teu peito palpitar em meu ouvido
Eternamente, amar-te-ei eternamente
Ah, de mim! Lodaçal de angústias
Vazio supremo do reinado da solidão
Meu coração, tumor de esperança
Eis tu, meu hino, louvor
Eis tu, diante de meu amor
Eternamente, amar-te-ei eternamente
E mesmo quando a luz surgir
Entre escombros e escumas de desilusão
Amar-te-ei pelos lodos de desgraça
Busca infindável de paixão
Tu, meu anjo incandescente
Eternamente, amar-te-ei eternamente
E alcançar o toque de teu calor
Vento quente de alma, doce alma
Dizer-te como? Tanto quanto sinto eu
Ah, meu doce anjo! Maré azul celeste
Maciez de tuas mãos feito orvalho campestre
Eternamente, amar-te-ei eternamente
És tu, oh, triste minha destinação!
És vida que espera para nascer
Em meu peito, palco de tragédia
Minh'alma vida de romance
Peça insubstituível de minha felicidade
Abstrato, longe de meu alcance
Teu amor, doce acalento
Meu pranto, banha meu corpo suado
Amo-te tanto, oh, doce primavera
Quimera de meus verões
Amar-te-ei eternamente
Meu coração é teu, príncipe indolente
Ecoam gritos de desejo
Imploram bocas, lábios teu beijo
Coquetel de pranto e prazer
Jamais conseguirei, eu, te esquecer
Vives em meu coração até amanhecer
Eternamente, amar-te-ei eternamente
Por mais que diga ter esquecido
Em meu coração, em minha mente
Este amor inconsequente tem vivido
Intensamente, eternamente esperarei
Amor, este teu, que eu sei
Jamais eternamente terei!