amor de um homem decadente
O amor se confunde com o mar,
Brumas e sua sensualidade,
Gaivotas carregam um coração de partida,
E em pegadas na areia toda uma vida em pensamentos,
E na cidade o amor é febril,
É uma cansada esperança,
Uma loucura, uma alucinação,
À brilhar em meus olhos que bocejam,
Em goles de cerveja,
À flor-da-pele,
Meus sentimentos tão lúcidos,
Nos bares a esperança se esvai, saturada,
Sou um homem que caminha,
Sem amor, e sem saber para onde vai,
Um homem que carrega em si uma sensibilidade de quem acabou de nascer,
Tudo que é belo me machuca,
Sinto que o amor não pode curar o vagabundo,
Ostra machucada, tiraram-me as pérolas,
Tudo me cansa, não posso lhe dar o que já perdi,
Minha carne freme frente à felicidade,
Meus lábios rachados se entristecem com a sua boca,
Pediria mais uma garrafa vazia,
Antes de me entregar aos seus braços e morrer.