amor de um homem decadente

O amor se confunde com o mar,

Brumas e sua sensualidade,

Gaivotas carregam um coração de partida,

E em pegadas na areia toda uma vida em pensamentos,

E na cidade o amor é febril,

É uma cansada esperança,

Uma loucura, uma alucinação,

À brilhar em meus olhos que bocejam,

Em goles de cerveja,

À flor-da-pele,

Meus sentimentos tão lúcidos,

Nos bares a esperança se esvai, saturada,

Sou um homem que caminha,

Sem amor, e sem saber para onde vai,

Um homem que carrega em si uma sensibilidade de quem acabou de nascer,

Tudo que é belo me machuca,

Sinto que o amor não pode curar o vagabundo,

Ostra machucada, tiraram-me as pérolas,

Tudo me cansa, não posso lhe dar o que já perdi,

Minha carne freme frente à felicidade,

Meus lábios rachados se entristecem com a sua boca,

Pediria mais uma garrafa vazia,

Antes de me entregar aos seus braços e morrer.

mary constance
Enviado por mary constance em 16/04/2021
Reeditado em 16/04/2021
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