RECORDAÇÕES.
Na voltas das antas
há um pé de Ipê,
há uma água que goteja
No meu coração.
Há um olhar terno
que ficou perdido,
e um rubor de face
que a tarde bebeu.
Há um laguinho
Rodeado de cipó
um silêncio eterno
e uma história.
Há abobora cabaceira,
Um pé de tabaco,
Vários pés de vassoura,
Meia dúzias de imbés.
Há noites perigosas
com riscos de assombração,
há uma mão- pelada
que faz morada no capão.
Há um nim de Caburé
dos zoim arregalado,
que anunciam o gado
beirando o capoeirão.
Há ainda o Birigui
irmão do Zé espelunga,
que trança chapeu de palha
e bebem em copo fundo.
No fundo não é isso
que eu quero escrivinhá,
quero falar de um amor
que um dia deixei por lá.
Era a jovem Mariquita,
Irmã do Zé Nicolau,
que morreu na noite fria
de medo de um urutal.
Ela então morreu após
Por falta do seu irmão,
deixou pra mim seu sorriso
e a dura solidão.
Hoje me resta lembranças,
dos beijos que nunca dei,
naquela boca pequena
que tão perto cheguei.
Vivo levando a vida
carregando essa paixão,
que vive ainda plantada
lá no meu amado sertão.