O outro lado do espelho
Sem saber o que dizer
Sem saber o que fazer
No silêncio escondido
Coração sofrido
Lágrimas de sangue escorrendo
Feridas rasgando
Cicatrizes reabrindo
Alma sofrendo
Silêncio martirizando
Das trevas fugindo
Vozes gritando
Mente explodindo
Corpo definhando
Vontade esvaindo
Seres das trevas sorrindo
No limbo aprisionado
Quarto desarrumado
Cinzeiro derrubado
Beatas espalhadas
As sombras bailando
De medo carregadas
Zombando
De desespero impregnadas
Espalhando o terror
Infligindo dor
Formas indescritíveis
Na noite parecem dançar
Iluminadas sob a tênue luz do luar
Aparecendo
De seguida sumindo
No céu os anjos chorando
Numa esquina o demónio sorrindo
O outro lado do espelho