CORAÇÃO SECRETO DE PARIS
Pode parecer que a vida se quebrou,
em algum momento da ausência.
Como um sonho que saiu pela janela,
logo que a manhã interrompeu o sono.
Mas pela avenida onde escorrega a chuva,
repousam abaixo os dormentes,
antes serpentes metálicas do passado,
que ensinam que a marcha da vida, por capricho,
segue.
Até que o riso deixe sua marca passional,
no arrependimento de tudo que apenas tinha de ser.
Resta perdido o encanto da melancolia,
porque sofrer elegantemente é um estar quase bem.
Desejando a morte, mas não muito,
não antes de um chá em porcelana antiquada.
Pra celebrar uma partida ou chegada inesperada,
bem no coração de Paris.