Aconchego

Aconchego-me num lençol

cheio de estrelas

Olho para o céu

e percorro um mapa

A noite fria me dilacera e chapa

O sol fecundo coberto de alegria

nasce de manhã feito esperança

e morre ao findar o dia.

Em algum lugar sou poeta

forjo na escuridão

Nasço palavra em sua boca

enquanto morro de amor e agonia

Queimo a relva da tarde

breve alaranjado

Trago-a

saudades e tristezas

E lanço

baforadas no vazio.