JOGO ARRISCADO

Hoje acordei com seus amanhãs.

Falavam-me de sonhos, esperanças...

promessas desabotoadas pelo vento,

voando com asas de cera

rumo a um só lugar,

a um lugar ao sol.

Quis acreditar nas palavras

que o silêncio ausentava.

Haveria de me apegar

numa réstia de ilusão,

num resto de solidão.

O tempo, porém,

mostrou suas cartas.

Entre valetes, damas e reis

nada coube a mim:

nem um beijo,

ou uma lembrança.

Neste jogo de riscos e de blefes,

não recebi nem uma carta

para apostar,

ou para sonhar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 03/05/2021
Reeditado em 18/05/2021
Código do texto: T7247613
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