miniatura
Deserto de Poeta

Ele andou por almas desertas...
Procurou salvar vidas quase mortas...
Suavizar lágrimas nas areia sedentas...
Mas só encontrou aridez em suas veias...
Ó! Que agonia ele testemunhou...

Roto e flácido - suas únicas vestes...
Seco e frágil - suas últimas cenas tristes...
Sem luz e atormentado pela sorte...
Flagelado, passou a ser vagante...
Ó! Em vulto ele se transformou...

O sol em seus olhos era tão poente...
O som do seu coração era tão penitente...
Desesperou porque acreditou ser forte...
Lutou cegamente contra a morte...
Ó! Em dor ele se desintegrou...

Mesmo assim persistiu ser profeta...
O tempo fez dele poeta...
Sonhou gestos altruístas...
Pelo amor que liberta...
Ó! Que luz ele desencadeou...


IaMaI